Deputados de oposição se irritaram com declarações da ministra de que queimadas ilegais no país foram causadas por proprietários de terras. Marina, por sua vez, se defendeu e respondeu em tom seco aos deputados.
A sessão da Comissão de Agricultura da Câmara nesta quarta-feira (16) teve um bate-boca entre a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, convidada da audiência, e deputados da oposição. Marina foi chamada pela deputada Julia Zanatta (PL-SC) de “capacho” de ONGs. Depois, o deputado Evair de Melo (PP-ES) disse que a ministra passou por “adestramento” para falar diante da comissão.
Marina, por sua vez, se defendeu e respondeu aos deputados em tom seco.
A audiência foi marcada para debater as queimadas no país. A comissão é dominada por deputados de oposição. Ao longo da audiência, eles foram demonstrando insatisfação com o fato de Marina ter atribuído a parte do agronegócio as queimadas irregulares que dizimaram áreas verdes no país nos últimos meses.
À medida em que o clima se tornava mais carregado, os oposicionistas dirigiam ataques a Marina e a chamaram de “incompetente” para lidar com as queimadas.
Em determinado momento, a deputada Julia Zanatta disse que Marina não tinha provas para colocar a culpa em setores do agronegócio.
“Quais as provas que sustentam a sua argumentação pra colocar esse numero nas costas dos produtores rurais?”, questionou.
Marina disse que tinha apresentado as provas. A deputada se irritou e insinuou que Marina é “capacho” de ONGs ambientais.
“A senhora não é capacho de ONG?”, acusou a deputada.
Marina respondeu:
“Capacho é quem faz discurso de encomenda. Mesmo conhecendo a biografia de uma pessoa, faz discurso de encomenda, para fazer lacração. E vem aqui fazer acusações inverídicas. Isso é ser capacho”, disse a ministra.
Nesse momento, Marina foi aplaudida por aliados na comissão.
Embates entre ministros do governo e deputados de oposição são frequentes em comissões do Congresso, em especial na Câmara, onde o clima é mais acirrado. O equilíbrio entre os poderes estabelece que o Congresso tem o direito de convidar ministros para prestar esclarecimentos.
Quando se trata de um convite, o ministro pode recusar. Quando se trata de uma convocação, a presença é obrigatória. No caso desta quarta, Marina era convidada.
Nesse momento, Marina foi aplaudida por aliados na comissão.
Embates entre ministros do governo e deputados de oposição são frequentes em comissões do Congresso, em especial na Câmara, onde o clima é mais acirrado. O equilíbrio entre os poderes estabelece que o Congresso tem o direito de convidar ministros para prestar esclarecimentos.
Quando se trata de um convite, o ministro pode recusar. Quando se trata de uma convocação, a presença é obrigatória. No caso desta quarta, Marina era convidada.
“Adestramento? Quem é que é adestrado?”, perguntou a ministra.
“Todos nós”, respondeu o parlamentar.
Marina rechaçou a frase:
“Tenha santa paciência. Você não vai me dizer que eu sou uma pessoa adestrada”, disse a ministra.
Reportagem de G1